" Mas ela gosta de colecionar segredos. Coisas grandes, que ela guarda dentro de uma caixinha. É doce, doce, extremamente doce, tão doce. E ela fica ali, mastigando alegrias. "
( Caio Fernando Abreu )

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sobras e pó



Aqui pensando em tudo que sonhava, desde o instante que tudo começou, na inocência dos atos. Encantadores momentos, inesquecíveis. 
Hoje percebeu que ficou com os restos, aceitando as sobras que  julgava preencher espaços. 
Contentava-se com o pouco, porque sentia muito. 
Enterrava as discordâncias porque queria o farelo oferecido, acreditava no que vivia, mesmo sabendo que não era real. 
Sabia que ele não se importava, mas o que mais doía era ver seu mundo sendo esmagado por mãos indiferentes. 
Era como beijar lábios inertes, apenas o desejo do beijo é que dava vida à um gesto solitário. 
E as coisas pequenas foram por ele esquecidas, talvez pisadas sem importância, mas ainda era lá que ela se fazia revelar. Sucata era um triste fim para um sentimento com tamanha grandiosidade. Aprendeu que há sonhos que por mais belos que sejam não valem a pena serem realizados. 
Talvez a beleza esteja na moldura que é colocada sendo que a foto... simples papel. 
E assim chegava o fim, a consumação do enredo, que desejou nunca ter criado, já sabia das feridas e da ausência de cura, entretanto acreditava ser seu destino.

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"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
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